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O filme EPIC 2014, que inicia a sua história em 1989, aponta acontecimentos da era tecnológica desde o surgimento do primeiro protótipo da World Wide Web. Porém, Epic não se limita a relatar factos e, a partir de 2004, especula sobre a evolução das tecnologias até 2015. O que nos mostra é um mundo cada vez mais personalizado em que as informações se adequam totalmente a cada indivíduo proporcionando-lhe, apenas, as informações que lhe interessam particularmente.

O filme “The machine is us” apresenta o potencial da linguagem e da comunicação desde que esta passou do carácter manual ao digital. Na era digital a escrita, a linguagem e a própria comunicação tornaram-se mutáveis e flexíveis. É tão fácil escrever como apagar o que se escreve. É tão fácil ler o que é escrito como ver como foi escrito. Abre-se a janela do Mundo: milhões de informações circulam, organizadas por cada um de nós, em cada click, em cada tag, em cada link. Mas até que ponto se respeita os conceitos básicos de funcionamento da sociedade? Até que ponto reflectimos quando olhamos para esta janela?

Saramago aborda o tema do espírito crítico associado à capacidade de entender o mundo e responder aos desafios que este coloca. No campo das tecnologias, que reflecte de forma repulsiva, o escritor aponta-as como uma “máquina que empurra os cidadãos” e defende que é um perigo para os valores e desenvolvimento consciente das sociedades. Consente-se o enviesando da realidade a ponto de permitir que cada indivíduo se possa isolar dentro de uma realidade própria e conduzir a sociedade ao autismo. Pois, os grupos dominantes veiculam a ideia da despolitização da tecnologia enquanto processo de manipulação do próprio senso comum.

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